Durante o seminário “A urna eletrônica é confiável?” que ocorreu em
dezembro de 2012 no auditório da Sociedade de Engenheiros e Arquitetos
do Rio de Janeiro (SEAERJ), um Hacker de 19 anos – identificado como
Rangel – contou como conseguiu acessar o sistema do TSE e fraudar o
resultado das eleições municipais de 2012 no Rio de Janeiro. Segundo
Rangel, é possível alterar o resultado das eleições “interceptando os
votos no momento em que eles são enviados das urnas para o sistema que
contabiliza os votos”. O rapaz vive sobre proteção policial e afirma que
não agiu sozinho.
Acompanhado por delegados de polícia, especialistas em transmissão de
dados, palestrantes e políticos, “Rangel”, assim identificado por
questões de segurança, contou que – através de acesso ilegítimo e
privilegiado à intranet da Justiça Eleitoral no Rio de Janeiro –
interceptou dados do sistema de totalização, conseguindo retardar o
progresso do envio, e assim modificando os resultados. Oficialmente,
nada foi detectado.
“A gente entra na rede da Justiça Eleitoral quando os resultados estão sendo transmitidos para a totalização e depois que 50% dos dados já foram transmitidos, atuamos. Modificamos resultados mesmo quando a totalização está prestes a ser fechada”, explicou Rangel, ao detalhar em linhas gerais como atuava para fraudar resultados.
O seu depoimento chocou até mesmo os palestrantes e especialistas
convidados para o seminário, como Pedro Rezende, professor de
criptografia da Universidade de Brasília (UnB): “O trabalho do TSE em blindar as urnas brasileiras é ultrapassado e inseguro“. Pedro ainda fez uma comparação com as urnas utilizadas em outros países: “São
mais confiáveis, especialmente aquelas que além de imprimirem o voto,
registram digitalmente o mesmo voto em um chip embutido na cédula,
criando uma dupla segurança“, ressalta.
O assunto “segurança nas urnas eletrônicas brasileiras” é discutido
há alguns anos, levando-se em consideração denúncias feitas ao TSE e
estudos feitos por especialistas, como Diego de Freitas Aranha, doutor
em ciência da computação pela Unicamp (Universidade Estadual de
Campinas) e professor do CIC (Departamento de Computação) da UnB
(Universidade de Brasília), um dos maiores especialistas brasileiros no
assunto. Em entrevista ao portal G1, Diego conclui: “Não é possível afirmar que o sistema de urna eletrônica é totalmente seguro“.
Fonte:http://www.viomundo.com.br/denuncias/voto-eletronico-hacker-de-19-anos-revela-no-rio-como-fraudou-eleicao.html.
Diego e outros 24 especialistas foram convidados pelo próprio TSE
para fazerem testes de invasão no
s sistemas e análise do código-fonte
dos softwares, em busca de vulnerabilidades. E como era de se esperar,
foram encontradas falhas que, segundo Diego e sua equipe, “permitem a violação do sigilo do voto“.
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