segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

URNAS, FRAUDES E PESQUISAS



O artigo Urnas abertas para fraudes mostra a fragilidade do sistema e nossa impotência para fazer valer nosso singular voto. Enquanto lia, vi nas entrelinhas a semelhança das pesquisas de intenção de voto com os resultados nas urnas, lembrando que antes das urnas eletrônicas o resultado das eleições trazia algumas surpresas. Parece tudo tão amarradinho... Os institutos de pesquisa posando como infalíveis e os defensores desta urna rejeitada no mundo inteiro dizendo que elas são seguras. Podem até ser, mas para quem?

Lucília Simões lulu.simoes@hotmail.com
São Paulo

DESCONFIANÇA



Nunca confiei nas urnas eletrônicas, por diversos motivos como: denúncias de inúmeros eleitores em comunidades inteiras que votaram em determinado candidato e verificaram que seus votos não foram computados. Essa denúncia foi feita pela Rede Bandeirantes. O TSE atribuiu o sumiço dos votos à conhecida estupidez do povo brasileiro e recusou-se a qualquer investigação. Outro motivo é a completa desconfiança de especialistas em informática que garantem a facilidade de se fraudar o sistema. O fato de todos os países do mundo desaprovarem o sistema, principalmente os mais desenvolvidos deve ter feito o TSE se regozijar de sua imensa esperteza e superioridade. Todo mundo está errado. Só eu estou certo. Vivas! Mas o que realmente me deixou com a pulga atrás da orelha foi a velocidade com que o sistema, dito antifraudes, foi aprovado e implantado pelos nossos honestíssimos e confiáveis parlamentares, pouco afeitos a desvios de conduta. Este Jornal publicou recentemente um comentário do redator, dizendo que os políticos não gostam de aprovar coisas que os prejudiquem . Por que então, aprovar um sistema que inviabiliza a fraude eleitoral, hábito useiro e vezeiro em todos os cantos deste país e com tanta velocidade? É óbvio que o interesse era a impossibilidade de recontar votos, evitando questionamentos posteriores e principalmente, de alterar os dados diretamente na urna. O excelente e esclarecedor artigo de Washington Novaes coloca este suspeitíssimo sistema em cheque. Quando teremos a palavra do TSE e principalmente, o repúdio da população?

Lizete Galves Maturana lizete.galves@terra.com.br
Jundiaí

Hacker de 19 anos conta como fraudou as eleições municipais de 2012 no Rio de Janeiro






Durante o seminário “A urna eletrônica é confiável?” que ocorreu em dezembro de 2012 no auditório da Sociedade de Engenheiros e Arquitetos do Rio de Janeiro (SEAERJ), um Hacker de 19 anos – identificado como Rangel – contou como conseguiu acessar o sistema do TSE e fraudar o resultado das eleições municipais de 2012 no Rio de Janeiro. Segundo Rangel, é possível alterar o resultado das eleições “interceptando os votos no momento em que eles são enviados das urnas para o sistema que contabiliza os votos”. O rapaz vive sobre proteção policial e afirma que não agiu sozinho.
Acompanhado por delegados de polícia, especialistas em transmissão de dados, palestrantes e políticos, “Rangel”, assim identificado por questões de segurança, contou que – através de acesso ilegítimo e privilegiado à intranet da Justiça Eleitoral no Rio de Janeiro – interceptou dados do sistema de totalização, conseguindo retardar o progresso do envio, e assim modificando os resultados. Oficialmente, nada foi detectado.
“A gente entra na rede da Justiça Eleitoral quando os resultados estão sendo transmitidos para a totalização e depois que 50% dos dados já foram transmitidos, atuamos. Modificamos resultados  mesmo quando a totalização está prestes a ser fechada”, explicou Rangel, ao detalhar em linhas gerais como atuava para fraudar resultados.



O seu depoimento chocou até mesmo os palestrantes e especialistas convidados para o seminário, como Pedro Rezende, professor de criptografia da Universidade de Brasília (UnB): “O trabalho do TSE em blindar as urnas brasileiras é ultrapassado e inseguro“. Pedro ainda fez uma comparação com as urnas utilizadas em outros países: “São mais confiáveis, especialmente aquelas que além de imprimirem o voto, registram digitalmente o mesmo voto em um chip embutido na cédula, criando uma dupla segurança“, ressalta.
O assunto “segurança nas urnas eletrônicas brasileiras” é discutido há alguns anos, levando-se em consideração denúncias feitas ao TSE e estudos feitos por especialistas, como Diego de Freitas Aranha, doutor em ciência da computação pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e professor do CIC (Departamento de Computação) da UnB (Universidade de Brasília), um dos maiores especialistas brasileiros no assunto. Em entrevista ao portal G1, Diego conclui: “Não é possível afirmar que o sistema de urna eletrônica é totalmente seguro“.
 Fonte:http://www.viomundo.com.br/denuncias/voto-eletronico-hacker-de-19-anos-revela-no-rio-como-fraudou-eleicao.html.

Diego e outros 24 especialistas foram convidados pelo próprio TSE para fazerem testes de invasão no
s sistemas e análise do código-fonte dos softwares, em busca de vulnerabilidades. E como era de se esperar, foram encontradas falhas que, segundo Diego e sua equipe, “permitem a violação do sigilo do voto“.